Respondendo ao desafio proposto pelo querido poeta e amigo Assis Freitas, do “mil e um poemas”:
4 lugares onde comprar:
[citarei na região metropolitana do Recife]
1. Casa da cultura: antiga casa de detenção transformada em centro da arte popular pernambucana. 2. Livraria cultura: bom para prosear, tomar café, assistir eventos... 3. Shopping Paço Alfândega: já foi convento e alfândega; possui uma arquitetura espetacular. Os preços não são tão convidativos, mas o local é imperdível. 4. Mercado de São José: antigo edifício pré-fabricado em ferro importado da Europa. Projeto do engenheiro Lieuthier, inspirado no Mercado de Grenelle, Paris. Lá encontrarão comidas regionais, artesanato, cordéis, produtos para cultos afro-brasileiros, dentre outros.
4 cheiros:
1. de terra molhada;
2. de especiarias;
3. de maresia;
4. de amor.
Após ponderar alguns fatores, decidi criar um blog experimental para abrigar contos de minha autoria. Convido aqueles que gostam desse gênero literário para conhecer o histórias (re)inventadas.
Haja vista a escassez de tempo, aviso aos navegantes que a frequência de publicação será baixa e os dias de postagens, aleatórios .
Hercília Fernandes, Poetisa, Professora, Doutoranda e Mestra em Educação, na linha de pesquisa “Cultura e História da Educação” (PPGEd / UFRN) me ofertou um significativo presente por ocasião do meu aniversário: uma análise crítica sobre o trabalho literário que desenvolvo. Senti-me feliz e lisonjeada com tamanho gesto.
HF frequentemente nos brinda com trabalhos de excelente qualidade e, como se não bastasse os diversos ofícios, ainda consegue se dedicar com entusiasmo à revelação de talentos na blogosfera.
Pelo exposto, gostaria de compartilhar com todos os leitores do Nudez Poética mais um trabalho, dentre tantos outros que merecem a nossa admiração, dessa escritora. Passemos à análise de Hercília.
Hoje, 14 de março de 2010, é um dia especial para todos aqueles que se dedicam à atividade poética. Para nós, integrantes do Maria Clara: simples mente poesia, o 14 de março contém um sabor memorável, comporta duplamente poèisis: além de ser o "dia nacional da poesia", é a "data natalícia da querida poetisa Lou Vilela".
Lou Vilela, natalense de origem e residente na cidade do Recife-PE, é poetisa de grande sensibilidade imagística e habilidade semântica. Posta, regularmente, poemas e breves textos em prosa em seu espaço virtual Nudez poética,direcionado à acepção literária adulta. E desenvolve, na Blogosfera, um trabalho voltado ao leitor infanto-juvenil, especialmente às crianças, no blog Ritmos e rimas. Vejamos alguns traços de sua poesia.
Uma das qualidades da voz poética de Lou Vilela é a expansão - em versos oníricos, breves e musicais -, de temáticas profundas e ambíguas. A poeta, fazendo da “pena moinho”, anuncia/denuncia a vida das "gentes esquecidas” espalhadas à margem do tecido social. Nordestinos, mulheres, crianças são protagonistas em seus versos, oferece voz a grupos considerados “minorias”; muitas vezes expostos a múltiplas violências nas práticas sociais cotidianas.
Essas considerações podem ser apreciadas em os versos de Simbiose e Um conto sem réis. Leiamos os dois poemas:
em terra seca
de ninguém
sou nada
imprescindo d’água
e na face inundada
provo das gentes
meu sertão..., mal cabe na garganta:
as gentes, escorrem-me pelos dedos
(in: Simbiose).
***
Naquele pardieiro
ecos paredes rachadas
de risos de bocas
esfomeadas
vazamentos incontidos
profundo (a)mar
(in: Um conto sem réis).
Os poemas de Lou Vilela, além de profundidade temática, contêm intensidade lírica e apresentam belas imagens femininas associadas a contextualizações, metalinguagens, ambiguidades e sinestesias várias. Onde transbordam, em versos sugestivos e sensuais, frescores que remetem ao atordoamento e, por isso, alagam/alargam sentidos. Sensações que se podem experimentar a partir de os versos de Reflexos:
é esse teu olhar invasivo
que atordoa...
essa tua tatuagem olfativa
que embriaga...
tuas unhas que marcam,
tua saliva que cura.
são os teus trejeitos que ins.piro,
os teus trajetos que invado
entre mentes dentes dedos e falo.
enquanto transbordas
me alago.
(in: Reflexos).
No tocante à poesia infantil, a voz de Lou Vilela desenvolve temas como a dor, a perda e a morte; o cotidiano das crianças com suas brincadeiras, jogos e linguagens; a natureza e a temática animal; além de assuntos pertinentes à vida de um ser em desenvolvimento, como a alimentação.
Por meio do jogo e do ludismo, da imagística, da simplicidade na linguagem, da rima e figuras sonoras, a poetisa expande valores que se apresentam coerentes a um leitor em formação; e convida a criança a adentrar no mundo das letras, da imaginação e a construir conceitos.
Através do sentir/fazer poético, Lou Vilela propõe jogos de linguagem e desafios semânticos que contribuem para inquietar e remeter os leitores à plurissignificação textual, promovendo a construção de sentidos através do desvendar de pistas, combinações, sugestões de signos e imagens.
A sua poesia infantil oferece espaço para a livre significação, o que demonstra o respeito da autora às especificidades e à imaginação da criança; apresentando-lhes temas que, sem imposições moralísticas, portam consistência nos conteúdos de mensagem que, poeticamente, levam à reflexão das coisas existentes na natureza física e social-humana.
Leiamos mais dois poemas de Lou Vilela. Neles, a poetisa sopra belas imagens ligadas à natureza e se apresenta à criança - também ao leitor adulto - como "mensageira do vento"; anunciando a função da poesia e do poeta. E, posteriormente, convida o leitor a pensar a morte e a perda, valores que perpassam a vida humana:
A violência contra as mulheres “é transversal e existente em todas as classes sociais, diferentes culturas, religiões e situações geopolíticas”. No blog marcha mundial das mulheres, você poderá encontrar uma artigo sobre esse tema. É só clicaraqui.
1 - No poema "Tambores de Santana", homenageio a sensibilidade do poeta Assis Freitas (natural de Feira de Santana - BA); formalizo, também, os meus agradecimentos pelo poema "Quem disse que não és pássaro?" que me foi dedicado.
2 - "Tamboré o nome genérico atribuído a vários instrumentos musicais do tipo membranofone, consistindo de uma membrana esticada percutida".
3 - "Os tímpanos(sempre no plural por serem tradicionalmente tocados com um mínimo de dois tambores) são um instrumento musical de percussão".