terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Renovação II

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O jovem promissor
desfolha-se bem-me-quer
- viçoso, arrebata-nos!

Lou Vilela

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Meus caros,

Desejo um Feliz e Próspero 2010 a todos!

Um grande abraço,
Lou

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sábado, 26 de dezembro de 2009

Ressaca

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O mar vomitara
além de peixes mortos
lixo social.

Na areia
alheios aos primeiros raios de sol
um corpo inerte e a ressaca da vida.


Lou Vilela

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

É Natal!

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Faces perambulam
e arrefecem
à mesa ou ao léu:
não sou comercial,
explico, sou poeta!
cadê o Noel?

Sigamos!
nas chaminés
o mundo em fumaça:
a água escassa
não apaga a ignorância.
Quem pasta?

Sirvamo-nos!
Numerosos são os talheres de prata.
O prato, o mundo
amputado
sem rima.
Ho ho ho...

E o Menino sopra a vela e lamenta.


Lou Vilela

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O poema pode não ser animador, mas é um alerta! mais um dentre tantos que faço questão de propagar.

Desejo a todos um Feliz Natal, um Ano Novo repleto de coisas boas! e aproveito para agradecer àqueles que me acompanharam ao longo de 2009.

Um grande abraço,
Lou
 
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Múltiplos cais

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Soube-te,
desde o primeiro olhar, oceano:
alumbramento,
perdição.

 

Sim, soube-te!
boca, tato, narinas,
múltiplos cais.


Duo, ouvidos,
referência em signos.
Lunáticos sentidos,
mananciais.


Eu, bicho do asfalto,
quedei-me, esquisito,
entre flores e atos,


estrelas, afins.
Refiz o caminho,
anagramas per versos,
aceso estopim.


Lou Vilela






* Parafraseando o mestre Moacy, poema sapecado no Balaio. Quem tiver um tempinho, passa lá para prestigiar o espaço. Eu recomendo! ;)

 
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sábado, 19 de dezembro de 2009

Azeitados capitais

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Etiqueta

serviu-se à mesa
moderadamente
[abusou da sobremesa
entre lençóis].


7/8 e 1/4

sinta a liga!
nos pés, o salto;
de quatro, miau...


Ira

pula a cerca
peleja
estopim.


In veja

tua pele
negro veludo
encobre-me.


Apego

amo-te!
ainda é pouco:
quero o troco.


Incisivo

relaxe!
minha pres(s)a
é carnívora.


Orgulhosa

tua língua
me traduz
com fluidez.



Lou Vilela


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Praian(d)o


imagem localizada aqui, sem indicação de autoria.
clique aqui* para seguir ventando



teus balbucios
moinho de ventos
assopram ser-tons
e me espraiam
arenosa que sou
horizontal mente

Lou Vilela



* Tive o privilégio de ouvir esta música algumas vezes com uma voz de contralto que sempre nos encanta (a matriarca da família) .
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domingo, 13 de dezembro de 2009

Saldo

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restam algumas horas
[longas horas] indefinidas
emplastros de uma outra vida
sobre os escombros.


chove!
e a terra é fértil...



Lou Vilela

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sábado, 5 de dezembro de 2009

de-Ser-tão

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 Preparando o enterro na rede - Cândido Portinari



À Rosângela e à Roseane 


aquela terra tem um olhar arenoso
que me toca as entranhas.

uma rede embala os que desistem;
os que persistem, giram sóis
e fecundam-se em luas

: flores de mandacaru.



Lou Vilela





Curiosidade:
A flor do mandacaru abre-se à noite. O polinizador nato dos mandacarus é o morcego (Soares Filho in O Fenômeno da Evolução). 


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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Eu falo das flores...

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viveram 60
: subterrâneos
de si.

vivemos quarenta
on the road? *



Lou Vilela
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 * Alusão ao livro de Jack Kerouac.


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